Direito e Literatura: em Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley

     Motivada pelo interesse na literatura, a autora estudou a ciência jurídica fora de suas limitações. Com isso, traz aos leitores a importância de compreender como complementares diferentes áreas do conhecimento. A obra demonstra ainda que as narrativas literárias, especialmente as distópicas, têm potencial de expandir os horizontes do cenário jurídico a partir da proposição de novas reflexões.

    Será que o cenário distópico está tão longe assim de nós?

    Será que queremos para o nosso futuro o que as distopias previram?

    Este livro percorre, em um primeiro momento, os pontos de encontro entre Direito e literatura, apresentando os fundamentos de base do movimento homônimo e a relevância do tema na contemporaneidade. Posteriormente, expõe o cenário das narrativas literárias distópicas, suas origens e comparações com as utopias.
    Aborda os aspectos principais do livro Admirável Mundo Novo, a fim de contextualizar o leitor do que é tratado na obra, para, então, discorrer sobre os direitos fundamentais, apresentando suas características mais relevantes, sua classificação em dimensões e respectivos contextos históricos. Após, apresenta como os indivíduos são tratados nas sociedades distópicas e questões referentes à sua individualidade e identidade; os diálogos viáveis entre a sociedade civil e o Estado; e a tensão dialética entre tais núcleos.
     Mais adiante, discorre acerca do Estado idealizado por Huxley em paralelo com um modelo estatal na qual as sociedades contemporâneas possam se espelhar. Para além, anuncia os aspectos centrais do Estado de bem-estar proposto por Huxley em comparação com o modelo estatal de bem-estar social defendido pelos doutrinadores dessa corrente.